Rio Leça
«Nas margens do seu leito desfrutei
esse cantinho aonde me isolava,
remanso sereno que me encantava:
o mais belo, da casa que habitei.
Como quem mal não cuida, reparei
que um desvio à sua volta o rondava,
e a tão amargo fim o condenava,
vítima das marés, progresso e lei...
Sei que vive ainda, - quão maltratado!...
- Chega até mim, num eco destroçado,
saudade, dos seus barcos rio-acima!...
Das suas margens floridas, saudosas,
se evaropou o perfume das rosas!...
Ai, meu rio Leça, de tão triste sina!...»
(Inês Sá - "Ecos da Minh'Alma", 1993)
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